Quando se tem 20 anos, parece que nos alimentamos do stress. Tudo se consegue, mais para a esquerda, mais para a direita, dois passos para a frente, um para trás. Há energia para (quase) tudo. Mas o corpo guarda essas recordações, como rugas em potência. Podem não estar visíveis, mas estão lá.
Anos mais tarde, é uma ilusão que conseguimos manter as mesmas faculdades, a mesma energia. Claro, compensa-se com experiência, sabedoria, maturidade, e outras coisas mais. Mas o corpo já não é o mesmo. E se abusamos, queixa-se. Pode ser uma dor de cabeça, uma dormência no braço, pancadas que demoram mais a curar, vai até aos ataques cardíacos que nos atingem sem sabermos porquê. Ou melhor, sabemos, mas não queremos acreditar que é disso.
Depois, há que saber abrandar. Ou parar. E ainda não aprendi. Mas um dia chego lá. Posso é não chegar inteiro.