Ver as pessoas a perder a consciência da realidade é das coisas mais duras que ocasionalmente tenho de suportar. Mas suporto melhor as pessoas que perdem essa consciência, essa noção das coisas, de uma forma consciente. Essas, ao menos, são parvas, e estão sempre a tempo de mudar e voltar atrás. Outras há que perdem a noção por uma questão de idade, de doença. A sabedoria está lá, o discernimento vem e vai ao sabor de caprichos cerebrais que não são controláveis. Sabe bem pegar-lhes na mão, acenar com a cabeça em concordância, e estar ali apenas, a apreciar a companhia de quem já viveu muito.
Aos outros, os parvos, há sempre uma coisa que se chama lobotomia. Já que não usam o cérebro em condições, façam um favor e doem-no a quem mais precisa. Era só isto.
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