Hoje em dia, todos reclamamos porque algo é difícil ou trabalhoso de fazer. Se dantes era preciso preencher um papel para entregar o IRS, agora reclamamos porque temos de ir à Internet. Se formos à internet, e se der erro no preenchimento, para corrigirmos, achamos que devia dizer logo onde está o erro e corrigir automaticamente. Se instalamos algo no PC que nos demore mais de 5 minutos a configurar, é porque é complicado e tem de se dar muitos passos. Se estamos a telefonar para alguém e ele não atende em 2 minutos, é logo porque aconteceu alguma coisa. Se nos chateamos com alguém porque alguma coisa correu mal, ou "as peças lego não encaixaram", é logo o drama e o horror. À primeira contrariedade, o primeiro impulso é desistir, e não insistir. As pessoas estão a começar um processo lento de estupidificação e facilidade, que irá levar à subserviência de uns quantos. Andam uns chulos a chularem-nos há anos, com politicas, impostos, regrazinhas, corrupção, e outras coisas mais, e nós que fazemos? Queixamo-nos. Fo*****, tipicamente português. Tens um problema, o que é que fazes? Metes mão à obra e resolves? Não, primeiro tens de te queixar! De preferência a meio mundo, para ficarem solidários contigo. Consegues resolvê-lo, mas dá muito trabalho? Chateia-te muito viveres com isso assim? Não? Oh, está resolvido. Não se resolve. Passa de um problema a um facto. Passa de uma torradeira com um problema no aquecimento para uma torradeira avariada.
Custa pensar? Custa. Dá muito trabalho a fazer? Sim. Mas está na natureza humana explorar, descobrir, pensar. Deixem-se de tretas e esforcem-se! Se não fossem os inconformados, que lutam por aquilo que acreditam, que vão contra a maré, isto não avançava, andávamos no mesmo marasmo, a correr atrás de animais e a colher sementes dos campos.
PS: os asteriscos algures no texto não são uma nota, é mesmo uma asneira camuflada.